Técnicos escalam equipes defensivas e Ba-Vi em Pituaçu fica no zero a zero

Daniel Dorea, de A TARDE

As duas equipes foram armadas para se defender e o resultado final do Ba-Vi não poderia ter sido outro: 0 a 0. Antes do início do clássico, duas surpresas em cada escalação. Por coincidência, tanto o técnico Mauro Fernandes, do Vitória, quanto o tricolor Alexandre Gallo deixaram de lado a ousadia e escalaram três zagueiros e dois volantes. Nas outras partidas, os dois vinham jogando com apenas dois beques e dois armadores.Confusões à parte, as torcidas deram um belo espetáculo nas arquibancas. O número de pagantes (30.423) só não foi maior por causa do preço abusivo das cadeiras especiais, que não foram todas vendidas. Em campo, não houve show, principalmente por parte do Vitória, que jogou com um a mais durante 80% do tempo e foi dominado pelo rival. Após o apito final, com placar em branco, apenas o Bahia saiu aplaudido. Em maioria absoluta, os tricolores reconheceram a luta dos jogadores, que buscaram sempre o triunfo. O primeiro tempo foi de puro nervosismo. Os torcedores foram à Pituaçu para assistir a uma partida de futebol, mas viram uma verdadeira batalha. A cada apito do árbitro Arilson Bispo da Anunciação, uma discussão entre os jogadores.Pelo lado rubro-negro, o mais exaltado era o atacante Neto Baiano, que perdeu a paciência com a forte marcação do zagueiro tricolor Evaldo e ambos receberam pagação de Arilson. Mas o maior prejudicado pelo clima tenso do jogo foi o Bahia, que perdeu o goleiro Marcelo.Primeiro, ele discutiu com Neto e recebeu cartão amarelo. Depois, saiu da área precipitadamente e cometeu falta dura em Apodi. Terminou sendo expulso e o técnico Gallo teve que sacrificar o meia Hélton Luiz para colocar Fernando.Mesmo assim, a partida não deixou de ser disputada e o Esquadrão até conseguiu ser mais perigoso, principalmente por causa da falta de experiência do jovem volante Ramirez, que não conseguia acompanhar os tricolores na marcação e ainda cometia falhas gritantes.Com Elton jogando por dois, como volante e meia, o Bahia construiu seus melhores lances, enquanto o Vitória criou chances apenas em chutes de fora da área. O mais perigoso do volante Bida. No segundo tempo, os treinadores fizeram questão de que o duelo mudasse de figura.O rubro-negro Mauro Fernandes tirou o atabalhoado Ramirez e colocou o meia ofensivo Rafael Bastos. Já Gallo recuou ainda mais sua equipe. Saiu o centroavante Reinaldo para entrar o volante Willames e Elton virou definitivamente jogador de ataque. "Um a menos sempre é problema. Temos que esperar mais eles jogarem", justificou o comandante tricolor.