quinta-feira, 5 de agosto de 2010

DILMA ABRE 10 PONTOS - CNT/Sensus: liderança de Dilma no voto das mulheres


05.08.2010
Há menos de dois meses para as eleições, as mulheres comprovam que estão dispostas a eleger Dilma Rousseff a primeira presidenta do Brasil. A pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje (5) revela que a candidata já é a preferida entre o eleitorado feminino, com 38,1% das intenções de voto, superando José Serra, que aparece com 32,1%. O levantamento anterior do instituto Sensus mostrava empate técnico entre os dois candidatos.
De acordo com o detalhamento da pesquisa, Dilma Rousseff lidera a corrida presidencial nas regiões Norte e Centro-Oeste (38,4%) e Nordeste (58,4%). No Sudeste, o levantamento mostra empate técnico entre Dilma (33,2%) e Serra (33,5%).
Se a eleição fosse hoje, Dilma teria ampla vantagem entre o eleitorado com renda mensal de até cinco salários mínimos. Entre os que recebem dez salários mínimos a pesquisa mostra empate técnico. Ou seja, a preferência pelo candidato tucano se restringe apenas aos eleitores da região Sul e aos mais ricos, com renda familiar mensal superior a 20 salários mínimos.

Fonte: Mulheres com Dilma.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

PINHEIRO NO TWITTER - EM BRASÍLIA VAI DEFENDER OS AGENTES COMUNITÁRIOS

Pinheiro Senador -
Em Brasília Eu e Lídice vamos nos reunir com C. Civil e Planejamento sobre Agentes de Saúde (ACS e ACE), Servidores do Judiciário e PEC190.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

ELES SÃO OS RESPONSÁVEIS PELO BOM OU MAL ANDAMENTO DA MERENDA DE URUÇUCA

Veja a quem vocês, pais e estudantes, devem cobrar, em Uruçuca, para que o Programa da Merenda Escolar atenda as determinações do FNDE servindo alimentos de qualidade, bem como todo o demais passos, inclusive as condições de higiene no prepara, oferecimento de curso de práticas higienicas as Merendeiras, não permitindo que as funcionárias que fazem a merenda também façam a limpeza da escola.

MEMBROS DO CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAE DE URUÇUCA


Fonte: FNDE

Queremos ser uma potência esportiva e social, diz Dilma

02.08.2010
No dia em que o Brasil comemora 90 anos de suas primeiras medalhas olímpicas, nos Jogos da Antuérpia, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, foi recebida no Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no Rio de Janeiro. Falando para atletas, delegados do Comitê e convidados, a petista disse que não considera “baratinho” investir em esporte, como seu adversário vem dizendo.
“Não acho que o esporte é baratinho. Tampouco acho que para fazer esporte pode ser feito com pouco dinheiro. O nosso país tem um tamanho que justifica que os nossos sonhos também tenham o tamanho dele”, disse, sob aplausos. “Tenho certeza de que somos capazes de investir em trem de alta velocidade e ao mesmo tempo fazer metrô. Acabou a época de pensar pequeno e realizar menos ainda. Agora, pensamos alto e buscamos realizar ainda mais.”
Dilma ganhou do campeão olímpico Joaquim Cruz um uniforme personalizado dos atletas brasileiros. Vestida com o agasalho verde e amarelo, ela lembrou o seu comprometimento com a realização dos Jogos Olímpicos e a instalação de centros de excelência para esportes de alto rendimento no Brasil.
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, elogiou os avanços conquistados no governo Lula para a área do esporte e citou a lei de incentivo que isenta de impostos os investimentos em projetos esportivos e a importação de equipamentos. O dirigente pediu aplausos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela conquista dos Jogos Olímpicos para o Brasil.

Oportunidades para os jovens
A candidata afirmou que as Olimpíadas de 2016 devem servir para o Brasil ter esporte de alto rendimento e para o desenvolvimento social dos seus jovens. “Queremos fazer das Olimpíadas um instrumento para tornar o Brasil uma das maiores e melhores potências esportivas do mundo e num país campeão de oportunidades para seus jovens. Queremos ser uma potência esportiva e social. É o que queremos desse grande evento que são as Olimpíadas.”
Dilma defendeu a ampliação do programa Bolsa Atleta e que ele seja estendido também para aqueles que já recebem patrocínios. Segundo ela, outro programa que deve ser expandido é o Segundo Tempo, que dá às crianças e aos jovens a oportunidade de praticar esportes quando saem das aulas.

Pescadores do bairro da Boca do Rio discutem política com Marcelino (PT)

A Associação dos Pescadores da Boca do Rio (APEBOR), em Salvador, está com atuação marcante neste pleito eleitoral, pois conta com cerca de 200 pescadores filiados. A idéia é motivar os profissionais da pesca e moradores do bairro, para discutir projetos e ações que melhorem as condições de vida no local.
Durante o café da manhã, foram discutidas políticas públicas vigentes na área da pesca no Brasil, a recém-aprovada Lei da Pesca, questões referentes aos direitos previdenciários, entre outros. Marcelino (foto), que até março, deste ano comandou o Ministério da Pesca e Aquicultura na Bahia (MPA), salientou as conquistas da categoria a partir do governo Lula. “Há 40 anos não aconteciam ações eficazes na área. Isso é lamentável, num país que tem mais um milhão de pescadores”, disse o candidato.
“Estamos num momento importante, trabalhando a maturidade e consciência política dos trabalhadores da pesca”, disse Antônio Carlos Matos, assessor da associação, ressaltando o apoio da comunidade à candidatura de Marcelino. “Temos interesses em comum”, completou. Ele também citou a ajuda do MPA na viabilização de carteiras profissionais para os pescadores e o apoio durante o início da construção de emissário submarino no bairro, ação que interferiu significativamente na atividade pesqueira.
“Desejamos continuar este trabalho, apoiando e profissionalizando mais ainda os pescadores”, disse o presidente da associação, Ocimar Bispo, o “Mazinho”, importante liderança comunitária na Boca do Rio.
Fonte: PuraPolítica

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: OMISSÃO DE CONSELHEIROS DEVE SER DENUNCIADA AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Não é a primeira vez que na fraca gestão de Moacyr Leite surgem denúncias e protestos em razão da falta da alimentação escolar e/ou da qualidade duvidosa da mesma. Para combater tais situações o FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação colocou na legislação que gere o PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar o instituto do CAE - Conselho de Alimentação Escolar.
Cabe ao CAE fiscalizar todas as ações do Governo Municipal em relação ao PNAE, desde a elaboração do Cardápio, compra dos generos alimentícios, passando pela estocagem e preparo da alimentação, até a degustação pelos alunos em testes de aceitabilidade. Cabe ainda ao CAE inspecionar as condições higiênicas do local de preparo e dos profissionais responsáveis. 
Em caso de descumprimento de qualquer parte da legislação, ou ato e falta de condições para bom andamento do programa, assim como, desvios e/ou má gestão dos recursos, cabe aos conselheiros do CAE efetuar comunicado ao Gestor local para que adote medidas paara sanar as irregularidades. Após isso, havendo descaso em solucionar os problemas existentes, cabe aos membros do CAE encaminharem denúncia para os órgãos de fiscalização externa, sendo eles MPF - Ministério Público Federal, TCU - Tribunal de Contas da União, TCE - Tribunal de Contas do Estado, FNDE e CGU - Controladoria Geral da União.
A omissão por parte dos Conselheiros do CAE pode levar este a responder por omissão e solidário ao Gestor nas irregularidades que venham a ser apuradas pelos órgãos de controle. Podendo inclusive responder judicialmente por Crime de Improbidade Administrativa, nos caso em que o Conselheiro for Funcionário Público.
A presidente Dilma deve começar a realizar as devidas fiscalizações.
Também cabe a sociedade, pais e alunos, encaminhar denúncia de má gestão, irregularidades e ou péssima qualidade da alimentação.

 Abaixo colocamos os contatos onde podem ser feitas denúncias no FNDE:
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE

Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE
SBS - Quadra 2 - Bloco F - Edifício FNDE - Brasília - DF - CEP: 70070-929
Tel.: (61) 2022 4900 / 2022 4902
Fax.: (61) 2022 4172 / 2022 4163 - E-mail: dirae@fnde.gov.br
Coordenação-Geral de Programas de Alimentação Escolar
Tel.: (61) 2022 4976 / 2022 4980 - E-mail: gepae@fnde.gov.br
Coordenação de Execução e Acompanhamento - Tel.: (61) 2022 4373/ 2022 4928
Coordenação Técnica de Alimentação e Nutrição - Tel.: (61) 2022 4599
Mais informações sobre o programa na Sala de Atendimento Institucional do FNDE, pelo telefone 0800 616161 (ligação gratuita). Para falar com o FNDE, digite 2 e, em seguida, digite 5, ou ainda pelos números (61) 2022 4142 / 4135 / 4165 / 4253/ 4789/ 4808/ 4877/ 4879/ 4933 e o endereço eletrônico: sac@fnde.gov.br

URUÇUCA: MERENDA ESCOLAR NA ROTA DA CORRUPÇÃO

A educação municipal em Uruçuca, há cada dia sofre com o desmazelo do Poder Público Municipal. Quando o assunto é a merenda escolar, a situação ainda é mais grave. Este humilde blogueiro, que tem filhos em escola pública pode assegurar que quando a merenda é servida, a qualidade não da melhor.
Existem fortes indícios de desvio de verba na merenda.
Esta possibilidade pode ser pautada na falta de gestão democrática das Políticas Públicas em Uruçuca, tendo em vista o não funcionamento dos conselhos escolares e alimentação escolar. Ninguém sabe quem são os representantes, nem quando se reune o Conselho de Alimentação Escolar.
Na ausência de um Poder Legislativo atuante, a Sociedade Civil Organizada precisa trabalhar junto ao Ministério Público.

Postado por Wesley Novais - ÉPOLÍTICA
Quem vai perder?
“Serra personifica a chamada direita perversa e burra, a direita alucinada que acredita piamente se manter indefinidamente no poder sem fazer a mínima concessão às questões sociais e direitos humanos”
Márcia Denser*

Ao que tudo indica – e todas as pesquisas apontam nesta direção – Dilma deve ganhar a disputa presidencial, até porque agora seu maior aliado eleitoral já não é o presidente Lula, mas o próprio candidato José Serra, cuja imagem e atitude truculentas por si mesmas têm sido mais do que suficientes para afugentar o eleitor, sem contar as gestões neoliberalíssimas de apoio exclusivo ao capital, tornando-o o maior responsável pelo franco declínio de sua campanha.
Serra personifica a chamada direita perversa e burra, a direita alucinada que acredita piamente se manter indefinidamente no poder sem fazer a mínima concessão às questões sociais e direitos humanos – ao lado humano mais que humano do ser humano que precisa trabalhar, comer, morar, respirar & outras coisas de somenos. E mais: promovendo a exclusão e eliminando literalmente qualquer oposição. Porque essa direita declarou guerra ao ser humano. Serra, que encarna esta direita, reduz sua campanha a um “duelo de competências”. Esquecendo-se que presidente não é gerente, país não é supermercado e população não se demite. Exclui. Apaga. Deleta.
Na pesquisa Datafolha, divulgada em 26/7, que coincide com o Vox Populi precisamente nas declarações espontâneas de voto, imunes às distorções de abordagem e amostragem, vemos que Dilma lidera, como segue:
- Datafolha, espontânea (na sua opinião, quem vai ganhar as eleições para presidente da república em outubro?): Dilma 21% X Serra 16% (diferença de cinco pontos);
- Vox Populi, espontânea: Dilma 28% X Serra 21% (diferença de sete pontos).
Nas respostas espontâneas colhidas pelo Datafolha, 4% ainda declaram voto em Lula e outros 4% mencionam ‘no candidato do Lula’ e ‘no candidato do PT’. Um universo de 8 pontos que deve transitar majoritariamente para a candidatura Dilma, graças à maior exposição da ex-ministra ao lado de Lula na propaganda eleitoral gratuita. Pois, como vimos, em questões de imagem, Serra perde feio.
A gota d’água foi o vice. Em São Paulo se ouve por toda parte: “No Serra, eu não voto. Deus me livre, já imaginou se o sujeito pifa e esse Índio vira presidente do Brasil?”.
O fato é que, ao acolher como vice o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), inexperiente, inexpressivo, um ilustríssimo desconhecido para o resto do país, parece que Serra esqueceu completamente o eleitor.
Por quê? Entre outras razões, porque, no Brasil, a possibilidade do vice-presidente assumir o mandato presidencial não é algo remoto, mas um evento perfeitamente possível de ocorrer e a qualquer momento, pois nossa memória política recente ainda registra que Sarney, vice de Tancredo, foi presidente durante cinco anos, de 1985 a 1990, e Itamar Franco, vice de Collor, arriado do poder em 1992, exerceu o mandato até 1995. Sem entrar no mérito de um ou outro, constata-se apenas o fato. Sem contar que o próprio Serra, campeão de alpinismo eleitoral, não costuma terminar mandatos para os quais é eleito, nem jurando de pé junto e registrando em cartório. Se a questão é competência para governar o Brasil, referido vice teria alguma?
Serra não é exatamente o pós-lula, é um retro-FHC. Ou Zé Pedágio, como é chamado “carinhosamente pelos” paulistas. E agora já não estamos mais nos referindo à imagem mas à sua peculiar competência – que ele pretende estender para todo o país e por um bom tempo.
Sob as gestões do PSDB de Serra, Sampa ganha um novo pedágio a cada 40 dias.
Desde o início da privatização das rodovias de São Paulo, em 1998, foram instalados 112 pedágios nas estradas paulistas, estado que já tem mais pedágios do que todo o resto do Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, são 160 pontos de cobrança em vias estaduais e federais no território paulista, contra 113 no restante do país. Em resumo, fica mais barato viajar para outro estado do que dentro do próprio. Cruzar de automóvel os 404 km entre a capital paulista e Curitiba, PR, custa R$ 9 em tarifas, mas para cobrir a mesma distância até, digamos,Catanduva, paga-se R$ 46,70.
No entanto, tocar publicamente neste assunto já custou o emprego de dois conhecidos jornalistas da TV Cultura, Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli, quando no Roda-Viva questionaram Serra sobre os pedágios abusivos cobrados nas rodovias privatizadas de Sampa.
Mas essa privatização generalizada da vida (por que não terceirizar a primeira missa, nos dias úteis?) me lembra um refinado monólogo escrito por Roberto Schwarz (1) na primeira pessoa dum futuro dono de pinguela, com pedágio para pedestres, do qual extraio alguns trechos : “Há coisa mais poética do que um casal que compra uma ponte?... Que raiva me dá quando vejo as pessoas respirando de graça! Retrocesso não é comigo, vou me defender da inadimplência dos despossuídos. Não sei se quero a pinguela (o pedágio), que vai me dar uma porcaria por não sei quanto tempo, o qual tratarei de prolongar ao máximo, à bala ou como for possível, depois do que não fico no país nem um minuto mais!.”
 Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUCSP, é pesquisadora de literatura, jornalista e curadora de Literatura da Biblioteca Sérgio Milliet em São Paulo.

Os "aloprados" e o inacreditável jornalismo de O Globo


Por Jorge Furtado
Acho que conheço bastante bem o episódio dos “aloprados”, um dos mais vergonhosos momentos da história da imprensa brasileira, uma tentativa de golpe nas vésperas do primeiro turno da eleição presidencial de 2006, orquestrada pelos principais veículos da mídia, alguns integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público e pelos partidos de oposição, e estranhei muito o tal “mea culpa” de Aloizio Mercadante publicado na edição de hoje de O Globo.
Segundo o jornal, Mercadante teria admitido “um grave erro”.
A matéria de O Globo tem uma chamada, que está na capa da edição on-line:
MEA CULPA
A manchete:
Mercadante assume ‘grave erro’ na campanha de 2006
Uma frase em destaque:
“Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”.
Os dois parágrafos iniciais da matéria, na íntegra:
Candidato ao governo de São Paulo por uma coligação de 11 partidos, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) admitiu nesta quarta-feira que cometeu um “grave erro” na campanha eleitoral de 2006 ao ter seu nome envolvido no escândalo conhecido como dos “aloprados do PT”. Um de seus assessores foi acusado de comprar por R$ 1,7 milhão um suposto dossiê contra o então candidato José Serra (PSDB) ao governo paulista. Mercadante disse que a denúncia foi arquivada e que nunca foi réu em processos que envolvem a administração pública.
- Nunca fui réu em nenhum processo em relação a administração pública. Nenhuma denúncia. Sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto, aconteceu. Acho que foi um grave erro. Mas consegui (o arquivamento da ação), através do Ministério Público rigoroso, não o engavetador geral do passado. (…) Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor – disse o senador durante sabatina promovida pelo portal UOL e pela “Folha de S.Paulo”.
O texto segue o padrão de mixórdia muito em voga na antiga imprensa, onde não se distingue o que é incapacidade no uso da língua e o que é má-fé. Segundo o texto, Mercadante teria admitido que “cometeu” um “erro grave” “ao ter seu nome envolvido” no tal escândalo. Qual o erro cometido (e supostamente admitido) por Mercadante? O texto não informa.
Segundo o texto, um dos assessores de Mercadante “foi acusado de comprar um suposto dossiê”, o que já é mentira, ninguém foi acusado de comprar nada, até porque não houve compra alguma. Os tais assessores (Valdebran Padilha e Gedimar Passos) foram detidos porque supostamente iriam comprar um suposto dossiê, num caso único na história mundial onde uma prisão por flagrante foi efetuada antes do (suposto) crime acontecer, se é que algum crime aconteceria. Os dois foram imediatamente soltos, é claro, já que todo o procedimento da polícia e do Ministério Público no caso foi grosseiramente eleitoreiro e tecnicamente bizarro.
A única concretude entre tantas suposições era a necessidade de se produzir manchetes a tempo de influenciar as pesquisas eleitorais antes do primeiro turno da eleição, plano que se cumpriu. (O que não estava previsto era a fragilidade do candidato oposicionista, Geraldo Alkmin, que posou para fotos vestindo uma jaqueta ridícula com logotipos de empresas brasileiras, prometeu vender o avião presidencial para construir um hospital e, outro fato inédito na história mundial, acabou tendo menos votos no segundo turno do que no primeiro.)
O texto de O Globo segue citando Mercadante que, supostamente, teria afirmado: “Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”. Esta frase aparece em destaque nas páginas de O Globo e, ao meu ver, não fazia sentido algum. O erro é nosso? A que erro Mercadante se refere? E porque o verbo no presente? Se ele se referia a um episódio de 2006 não deveria ter dito, se é que disse alguma coisa, “o erro FOI nosso”? A que “grave erro” (conforme a manchete) Mercadante se refere? A respeito de que não foi capaz de convencer o eleitor?
Na tentativa de preencher tantos furos da matéria de O Globo, fui em busca da entrevista no UOL. (Chega a ser engraçada a dificuldade que a antiga imprensa tem de entender o quanto encurtaram as pernas da mentira no mundo dos arquivos digitais).
Assisti a entrevista, na íntegra.
Aos 11:10 o jornalista Irineu Machado diz a Mercadante, que criticou a administração tucana em São Paulo, que o PT não foi capaz de vender as eleições para o governo paulista e pergunta:
IRINEU MACHADO pergunta:
O senhor acha que o erro foi do partido ou do eleitor que não soube escolher?
MERCADANTE responde:
Não, evidentemente que a deficiência é nossa, nós que não fomos capazes de convencer a sociedade de votar na mudança.
Quarenta e dois minutos depois (aos 53:00), o jornalista Fernando Canzian puxa o assunto dos “aloprados”:
FERNANDO CANZIAN pergunta:
Em 2007 o senhor foi indiciado pela polícia federal por acusação de participação na compra de um dossiê de 1,7 milhões de reais contra tucanos aqui em São Paulo. Acabou tento impacto negativo na sua eleição, o senhor perdeu a eleição em São Paulo. O STF depois arquivou mais o caso foi rumoroso, o caso dos aloprados do PT, o senhor esteve diretamente envolvido.
MERCADANTE responde:
Eu já respondi isso outras vezes pra você, você usou uma frase que você não sustenta, “esteve envolvido”, eu não tive nenhum envolvimento. O que a Polícia Federal fez: “Eu não consigo explicar, quem tem que explicar é o Mercadante”, o que é uma coisa juridicamente inacreditável. Tanto que o Procurador Geral da República, o Ministério Público falou: “Não existe um único indício de participação do Mercadante”. Não foi só o Procurador da República, o mesmo que enquadrou dezenas de deputados, senadores, cassou 4, 5 governadores, pôs na cadeia um governador, esse mesmo procurador disse: “Não existe nenhum indício de participação do Mercadante nas 1.100 páginas que tem o inquérito”. E mais: o Supremo, por unanimidade, arquivou e anulou qualquer menção ao meu nome. Então isso para mim está mais do resolvido e explicado. Agora, na vida é assim: pros amigos você não precisa explicar e para os inimigos não adianta.
MÔNICA BERGAMO pergunta:
Mas eles eram da equipe da sua campanha. O eleitor não pode olhar e falar: Será que o senador é cuidadoso na escolha da sua equipe?”
MERCADANTE responde:
Depois de 20 anos de vida pública você nunca me viu envolvido num ato de corrupção. Nunca fui réu num processo de administração pública, uma denúncia. Portanto, eu sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto aconteceu, acho que foi um grave erro e eu consegui, através do Ministério Público, rigoroso, que não é o engavetador geral da república que tinha no passado, foi o mesmo que denunciou e cassou vários parlamentares, prefeitos e governadores. Esse episódio mostrou para mim o quanto é importante a justiça.
Vídeo da entrevista completa em:
Em nenhum momento Mercadante se refere ao episódio dos “aloprados” dizendo que “evidente que o erro é nosso”. Em nenhum momento Mercadante afirmou não ter conseguido convencer o eleitor a respeito de algo sobre o episódio dos aloprados. O “grave erro” a que Mercadante se refere foi de integrantes da sua equipe.
Ao usar a resposta a uma pergunta, feita por um jornalista sobre um determinado assunto, como resposta a outra pergunta, de outro jornalista, sobre outro assunto, o jornal O Globo estabelece um novo padrão de manipulação jornalística. E ainda faltam dois meses para a eleição.
Quando Dilma ultrapassar Serra em todas as pesquisas, no início da propaganda eleitoral, o que mais eles vão inventar?
Fonte: ADVIVO

domingo, 1 de agosto de 2010

HUMOR ELEITORAL: VEJA AS MAIS DIVERTIDAS CHARGES DE SERRA

Mais análise sobre a pesquisa Datafolha-DataSerra

O “limite da irresponsabilidade” do Datafolha
  sábado, 31 julho, 2010 às 10:19
 
Aquela frase que ficou famosa nas gravações telefônicas entre o então diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio, e o ministro Mendonça de Barros, quando da privatização das teles, no Governo FHC, parece ser a mais apropriada pela descrever o que está se passando com as pesquisas eleitorais do Datafolha.
O resultado da pesquisa IBOPE divulgado hoje mostra que o braço estatístico  do Grupo Folha perdeu, até mesmo, a solidariedade de seu mais importante congênere e, principalmente, do maior contratador de pesquisas do país, o grupo Globo.
Afinal, houvesse confiança total nos resultados da pesquisa que contratou ao Datafolha – em parceria com a Folha de S. Paulo – porque a ainda rainha das telecomunicações empregaria, na mesma semana, outras centenas de milhares de reais contratando outra pesquisa de intenção de voto?
Fica cada vez mais claro – até pela mudança de “método” estatístico que adotou em sua última pesquisa, usando uma distribuição de amostra que não é utilizada por nenhum instituto, nem o próprio Datafolha, até este levantamento – que seu resultados são construídos “sob medida” para dar fôlego à candidatura José Serra, ao menos até o início da campanha eleitoral pela televisão.
Não há maneira, dentro de um procedimento estatístico correto, de haver tamanha diferença. Não se argumente que a margem de erro de 2% que permitiria que a vantagem de cinco pontos de Dilma no Ibope (39 a 34%) se reduzisse a 1% porque isso, além de ser, nas palavras da própria responsável pelo Datafolha, Sra. Renata Nunes, um “raríssima hipótese”, poderia justificar o raciocínio inverso, de que a diferença para 41 a 32%, nove pontos de diferença.
Nem mesmo na mais generosa aplicação da tal “raríssima hipótese” os intervalos admitidos na pesquisa Datafolha são compatíveis  com os do Ibope, menos ainda com os do Vox Populi.  A menos que queira se acusar, como se fez a este último, de manipulação dos dados para favorecer a candidata de Lula,  mesmo depois que o próprio presidente do Ibope, publicamente, viesse se declarando há um ano convencido de que Serra venceria e que Dilma teria um teto, progressivamente “reformado”, de 15, 20, depois 30%.
A pesquisa Datafolha foi produzida para gerar um resultado desejado. Quem quiser olhar os dados detalhados do Datafolha (download em PDF, no final da página) facilmente perceberá o que se fez. A tal “ponderação das bases” é escandalosa.
No Sudeste, há uma correspondência entre a base de entrevistas real e a ponderada (4672 entrevistas realizadas, ponderadas para 4756).  No Sul, região mais favorável a Serra, a proporção é uma (2556 entrevistas realizadas ponderadas para 1634); no Centro-Oeste é outra (1060 entrevistas realizadas, reproporcionadas para 1572).
No Nordeste, basta a aritmética. Pernambuco e Bahia, onde houve pesquisas estaduais, entram com 2174 das 2617 entrevistas realizadas. Os dois estados têm segundo o IBGE, 12,2% da população brasileira. Todos os demais estados nordestinos, que somam 15,4% da população nacional, foram mensurados por apenas 443 entrevistas, portanto. Ou uma amostra de 67.720 pessoas por entrevista.
O Distrito Federal, com 1,3% da população, teve 706 entrevistas. Os demais estados do Centro-Oeste e do Norte ,  com 14,4% da população brasileira, portanto, ficaram com 354 entrevistas.  Uma entrevista para cada 75.140 pessoas.
No Sul, das 2556 entrevistas, 2440 foram feitas no Rio Grande do Sul e no Paraná . Ficaram 116 para Santa Catarina, portanto. Uma entrevista para cada 52.741 pessoas.
Claro que não se pode tomar mecanicamente bases amostrais diferentes e que, em pesquisa alguma haverá exatamente a mesma proporção se tomados segmentos isolados. Mas a simples observação das distorções representativas exibidas por este método “sanfona” – bases amostrais que esticam e encolhem de forma exuberante – não podem conduzir a resultados corretos.
Mas podem conduzir a resultados desejados, certamente.
Fonte: TIJOLAÇO