Simone Bohn*
A eleição de uma mulher para a Presidência da República recebe o apoio de 88% do eleitorado brasileiro. A constatação foi feita em pesquisa realizada pelo consórcio Lapop (Latin American Public Opinion), que acompanha a situação política em 22 países do continente.
Os números foram divulgados em matéria publicada nesta sexta-feira (6) pelo jornal Valor Econômico. “A modernização é um pacote de relações econômicas, políticas e sociais e também significa um avanço no grau de escolarização da maioria da população.
Quanto maior o nível educacional do indivíduo, maior sua tendência a aceitar princípios de igualdade, não apenas de gênero, mas de opção sexual, religiosa etc", explicou a, doutora em ciências sociais pela USP e professora da Universidade de York, no Canadá, uma das instituições integrantes do consórcio Lapop.
Simone foi uma das responsáveis pela pesquisa do Lapop realizada no Brasil. Para ela, o mais surpreendente nos resultados brasileiros está no fato de que - ao contrário do que se observa na maioria dos países, mesmo naqueles em que as mulheres ainda não conquistaram altos cargos na administração pública - a mulher representa uma novidade na política.
"Ela é vista como menos corrupta e mais preocupada o bem-estar coletivo. É assim também que muitas candidatas se apresentam ao eleitorado brasileiro", disse Simone.
Mesmo ante a a descrença com a política em geral, os números são animadores para a parcela feminina das candidatas: só é menor a aceitação das mulheres em dois grupos de eleitores, e mesmo assim os percentuais são altos: 70% dos idosos, 66% dos analfabetos e 77% dos que têm até quatro anos de estudo configuram a maior rejeição.
Referindo-se a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apontada como possível candidata do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Simone lembra que outras características também deverão pesar na escolha do eleitorado.
"Dilma pode se beneficiar da ausência de preconceito do eleitor em relação à candidatura de uma mulher, mas ela também precisará mostrar que tem competência administrativa e experiência", acredita a pesquisadora.
Simone lembra que outros aspectos estarão em jogo na sucessão presidencial: em 20 anos de eleições diretas no país, será a primeira vez que o PT não terá Lula na disputa.
"A próxima eleição será um teste para medir qual é a força do PT sem ele", afirma.
*Simone Bohn é cientista política
Agência Brasil
A eleição de uma mulher para a Presidência da República recebe o apoio de 88% do eleitorado brasileiro. A constatação foi feita em pesquisa realizada pelo consórcio Lapop (Latin American Public Opinion), que acompanha a situação política em 22 países do continente.
Os números foram divulgados em matéria publicada nesta sexta-feira (6) pelo jornal Valor Econômico. “A modernização é um pacote de relações econômicas, políticas e sociais e também significa um avanço no grau de escolarização da maioria da população.
Quanto maior o nível educacional do indivíduo, maior sua tendência a aceitar princípios de igualdade, não apenas de gênero, mas de opção sexual, religiosa etc", explicou a, doutora em ciências sociais pela USP e professora da Universidade de York, no Canadá, uma das instituições integrantes do consórcio Lapop.
Simone foi uma das responsáveis pela pesquisa do Lapop realizada no Brasil. Para ela, o mais surpreendente nos resultados brasileiros está no fato de que - ao contrário do que se observa na maioria dos países, mesmo naqueles em que as mulheres ainda não conquistaram altos cargos na administração pública - a mulher representa uma novidade na política.
"Ela é vista como menos corrupta e mais preocupada o bem-estar coletivo. É assim também que muitas candidatas se apresentam ao eleitorado brasileiro", disse Simone.
Mesmo ante a a descrença com a política em geral, os números são animadores para a parcela feminina das candidatas: só é menor a aceitação das mulheres em dois grupos de eleitores, e mesmo assim os percentuais são altos: 70% dos idosos, 66% dos analfabetos e 77% dos que têm até quatro anos de estudo configuram a maior rejeição.
Referindo-se a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apontada como possível candidata do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Simone lembra que outras características também deverão pesar na escolha do eleitorado.
"Dilma pode se beneficiar da ausência de preconceito do eleitor em relação à candidatura de uma mulher, mas ela também precisará mostrar que tem competência administrativa e experiência", acredita a pesquisadora.
Simone lembra que outros aspectos estarão em jogo na sucessão presidencial: em 20 anos de eleições diretas no país, será a primeira vez que o PT não terá Lula na disputa.
"A próxima eleição será um teste para medir qual é a força do PT sem ele", afirma.
*Simone Bohn é cientista política
Agência Brasil
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