domingo, 13 de junho de 2010

A Copa da mediocridade e dos factoides

por Luiz Carlos Azenha
Gostaria muito de ser desmentido pelos fatos. Ou por exibições maravilhosas do Brasil, por exemplo. Mas não vi nada nesta Copa do Mundo, até agora, que mereça mais que um replay. Aliás, vi sim: o golaço da África do Sul contra o México. Ah, o frangaço do goleiro da Inglaterra diz muito sobre os “melhores momentos”. Parece que veremos mais do mesmo: o nivelamento, por baixo, do futebol. Resultado de um fenômeno internacional, que é a produção de jogadores em massa, na periferia, para servir às ligas europeias. Temos uma padronização do “produto”: jogadores altos, fortes, de bom preparo físico e que subordinam o talento individual às formulações táticas dos treinadores.
Os técnicos, por sua vez, têm grande incentivo individual para não ousar. Eles lidam com grupos que se reúnem eventualmente, formados por jogadores que atuam fora de seus próprios países e é muito difícil dar padrão de jogo a esses times bissextos. A opção é por montar times que entram em campo para não perder, já que na primeira fase uma derrota pode comprometer a classificação e a partir da segunda fase ela é mortal. Temos, portanto, times medíocres montados para jogar na defesa.
O fato de que os jornalistas brasileiros reclamam que Dunga está fazendo treinos fechados é simbólico da falta de notícias que se abate sobre a Copa do Mundo, quando os jogos já estão em andamento. A não ser por um lance aqui, outro ali, reina a mediocridade. Para completar, temos o barulho das vuvuzelas tirando toda a humanidade das arquibancadas. Uma boa desculpa para que a FIFA “entregue” o sinal de TV dos jogos com uma trilha sonora própria, quem sabe com anúncios dos patrocinadores oficiais.

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