quinta-feira, 10 de junho de 2010

Parceria entre MST e governo finlandês para recuperar Mata Atlântica

A revitalização do bioma da Mata Atlântica, na Região Extremo Sul da Bahia, deverá contar com importante apoio de empresas, governo e políticos finlandeses. A proposta foi feita pelo deputado Valmir Assunção e lideranças do MST da Bahia, que tiveram um encontro hoje, 09, em Porto Seguro, com o chefe executivo da maior produtora mundial de papel e cartão, a Stora Enso, o finlandês Jouko Karvinen, o membro do Partido Verde no parlamento finlandês, Pekka Haavisto, e o ministro da Propriedade, Jyri Häkämies.
“Queremos plantar um milhão de árvores nativas nesta região tão desgastada e onde residem muitas famílias pobres. O nosso projeto, além da recuperação do meio ambiente, também visa a inclusão econômica dessas famílias de forma sustentável”, disse Valmir Assunção. Márcio Matos, da coordenação estadual do MST, afirmou que seria “de bom tom” que o governo da Finlândia se colocasse favorável a essa proposta, já que empresas deste país também se beneficiam das terras brasileiras.
Jouko Karvinen admitiu que é preciso construir soluções para o extremo sul da Bahia. “O diálogo é importante. Por isso, ficamos à disposição para sermos facilitadores da negociação para este projeto”, comprometeu-se. Sérgio Alípio, presidente da fábrica da Stora Enso no Brasil, a Veracel, presente no encontro, também ficou à disposição para compor as negociações com o governo finlandês.
O parlamentar Pekka Haavisto quis saber sobre a produtividade dos assentamentos, desmistificando o que é propalado pela imprensa. O líder Sem Terra Evanildo Costa explicou que as famílias Sem Terra ainda encontram muitos entraves para o financiamento de sua produção após assentadas. Além disso, o deputado Valmir Assunção informou que, ainda assim, mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros são provenientes da agricultura familiar. Grande parte dessa produção é de origem de famílias assentadas de reforma agrária. “E ainda temos 4 milhões delas que precisam de terra para produzir”, acrescentou.

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